Nos últimos anos, a expressão divórcio cinza ganhou destaque. Ela se refere ao aumento do número de divórcios entre casais com 50 anos ou mais.
Por trás dessa tendência, se podemos assim chamar, estão mudanças sociais e comportamentais importantes, como o aumento da expectativa de vida e a maior independência financeira das mulheres (que vem acompanhada do poder de escolher estar numa relação).
Além disso, é necessário ter em conta a perda ou diminuição do medo das convenções sociais e do julgamento alheio (ou a maior coragem para encará-lo de frente) e, claro, a ideia de que é necessário buscar felicidade e realização pessoal em todas as fases da vida.
Se antes os casais se acomodavam em relações infelizes, desgastadas, incapazes de proporcionar felicidade, hoje, com a expectativa de viver mais tempo, muitas pessoas chegam à conclusão de que é possível recomeçar suas vidas a qualquer momento e que não vale a pena perder tempo em relacionamentos infelizes.
Prevalece aqui aquele antigo ditado de que é infinitamente melhor estar sozinho do que na companhia de alguém que não nos faz mais feliz.
Não há, portanto, uma modalidade específica de divórcio prevista em lei com esse nome, tratando-se, em vez disso, de uma expressão utilizada para descrever a separação de casais maduros, geralmente após longos anos de casamento.
Mas existem desafios específicos do divórcio nessa faixa etária, que dizem respeito, sobretudo, à divisão do patrimônio comum, que costuma ser mais sólido e complexo em razão do tempo maior de relacionamento.
Comumente, divórcio de casais mais jovens remete para questões sensíveis relativas à guarda dos filhos menores e à fixação de alimentos para sua subsistência.
Mas, o divórcio de casais mais maduros tem como desafio a resolução de questões patrimoniais frequentemente polêmicas como a divisão de empresas (inclusive holdings familiares), de investimentos acumulados ao longo de toda a vida e de fundos previdenciários.
Lidar com essas questões pode parecer um martírio para quem está se divorciando justamente para encontrar felicidade, alegria e satisfação pessoal.
Por isso mesmo, às vezes, a discussão quanto à partilha gera tanto desconforto e desgaste que a vontade dos envolvidos é abrir mão dos direitos que têm, sujeitando-se a situação de verdadeira injustiça, afinal o patrimônio do casal é considerado comum porque houve esforço de ambos para sua construção.
Se o esforço foi dos dois, não é justa uma divisão desigual ou excessivamente desvantajosa do patrimônio, em prejuízo de um deles.
Nesse cenário, é fundamental a obtenção de orientação jurídica especializada para garantir uma divisão justa do patrimônio comum construído durante o relacionamento e, assim, evitar que o divórcio cause prejuízo econômico por vezes considerável e, consequentemente, grande estresse emocional.
Um advogado especializado tem condições de orientar sobre os direitos e deveres de cada parte, negociar um acordo justo e equilibrado, atuar judicialmente para defesa dos direitos (caso necessário), além de buscar soluções que preservem o bem-estar emocional e financeiro dos envolvidos.
Está passando por um divórcio cinza e precisa de orientação jurídica para a vida voltar a ficar colorida? Entre em contato conosco para uma consulta e obtenha apoio para enfrentar esse momento.